quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tendência nova


Estou tão incomunicável no meio de tanto meio de comunicação
Sinto minha expressão oprimida com tanta empatia
O veículo condutor se transformou na minha prisão
Umas palavras más correspondidas
Podem ser agressivas
Quando não se explica a intenção
Cada pessoa assimila como bem entende
Sem se preocupar com o refrão
Por fim, acaba tudo uma chatice
Todo mundo achando uma bosta a inovação.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aliança de prata


          Ainda não tive coragem de jogar os presentes que você me deu fora. Sou um pouco materialista, sentimentalista. São desenhos, cartas e lembranças, memórias que eu posso esconder ou apenas guardar dentro da minha caixa cerebral. Tem de tudo lá dentro, desde bilhete de cinema a aliança de prata.
           Procurei guardar de tudo, no começo, agora não sei o que faço com as lembranças. Posso, relutando, jogar fora sem dou nem piedade, posso dar para alguém que gosta de coisas bonitinhas ou, ainda, posso guardar para ver se aproveito no futuro. Estranho, mas acho que tem como aproveitar toda criatividade romântica alheia, afinal, foi dado a mim, agora tenho o direito de fazer o que eu quiser, o fato é que não sei o que é melhor fazer.

domingo, 2 de outubro de 2011

Querido artista


Não sei o que aconteceu.
Queria ter mandado um beijo, talvez apenas uma lembrança calorosa, nada leviano, queria que ela soubesse que eu senti falta dela e que, de alguma forma, eu pude sentir que éramos parecidas ou então só tinha “ido com sua cara”.
Também sentirei falta de você. Quando te conheci, fiquei um pouco “balançada” com seu jeito faceiro, mas depois que conheci sua companheira de vida e estrada, foi como se eu tivesse encontrado àqueles tios estranhamente legais com quem sempre quis conviver um dia.
Foram os melhores sábados de aprendizagem da minha vida, até agora. Espero revê-los em breve, em qualquer lugar, juntinhos, saudáveis e criativos.

Joaquina Bel’arte - 30/07/11

terça-feira, 26 de julho de 2011

Não quero fazer sentindo


Brincando com os sentimentos
Descubro que não sou brinquedo
Que não existe brincadeira no mundo
Que tudo se sente
Resta saber o que...
Fingimos ou nos iludimos fingir
Que não existem sentimentos
Quando nos bons momentos
É o que sempre vem à cabeça
Esquecendo os pensamentos
Que temos aos devaneios
Enganando-nos sobre o corpo
O qual faz falta nas noites frias
E também nas escuras e sombrias.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dê amor
Dê paixão
Dê espera
Dê esperma
Dê prazer
Dê fogo
Dê uma nela
De carinho
De sacanagem
De sarro
De fato
Dê amor
Dê segurança
De anca na anca dela
E amanheça de cabeça dentro dela
 

Dê - Cérebro Eletrônico

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Não preciso rimar


Talvez exibicionismo
Carência talvez
Não queira dizer saudade
Queira dizer vontade de gostar de alguém
Carinho
Um caminho
Para fazer um ninho
Que todo mundo quer ter
Desejo passa perto
E o beijo pode até fazer parte
Da culpa de sentir algo sem ter vontade
E querer sem saber
Se é para valer.

domingo, 26 de junho de 2011

Cachorro abandonado


Procurando por carinho em qualquer esquina
Esperando atenção pela contra mão
Parando ao lado de qualquer um
Ou da árvore marrom

Esperando você do outro lado da rua
Quem sabe até do outro lado do rio
Atenção e carinho compensarão?
Enquanto isso, sigo meu caminho

Abandonado aqui ou noutro lugar
Tanto faz a parte entendida
Continuo sozinho
Aguardando comida.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O gosto bom do amargo


Ações más são boas,
Temos que confessar,
Adoramos ficar a toa
Imaginando defeitos pro mar

A maldade corre nas veias
O sangue já perdeu o lugar
Para os olhos que não enxergam
Por não saber perdoar

Perdoar dói,
O rancor é mais fácil sentir
Quando no peito corrói
A vontade de se despedir.

Por fim, o sabor de perversidade
Toma conta da boca
E acabo rindo como uma louca.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O pé que repassa


Perdoa que passa
Perdoa pra passar
Passa pra amassar
Amassa para perdoar

Perdoa que melhora
Que extrapola
Que não se enrola
Mesmo querendo enrolar

Perdoa que facilita
A enxergar a libido
Que explicita o facilitar

domingo, 15 de maio de 2011

22:05

O coração gelado também queima e trinca.
Não pára, nem acelera.
Quebra por inteiro, às vezes,
Machucando os outros e até ele mesmo
É irracional, impulsivo e agressivo
Ataca e quer ser atacado.

Fraqueza


      A mosca não queria sair da tela do computador. Isso fez com que Nara refletisse sobre toda sua vida.
      É complicado quando percebemos que não somos os únicos do mundo. Foi o que Nara descobriu quando se apaixonou por Mauricio, um rapaz estranhamente carente.
      Ela não queria ser tão importante assim para alguém, só pra si mesma, não era um ideal difícil de se alcançar, pensava.
      Seus pensamentos sempre orbitando pelo espaço, não sobrava tempo para mais ninguém. O egoísmo a consumia, não sabia se era bom ou ruim, afinal, nada mais importante para uma pessoa do que ela mesma.
      O inseto continua na tela e Nara a pensar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dias


        Então eu fui. Segui em frente. Deixei para trás tudo aquilo que já não podia mais carregar.
        Foi andando por aquela mesma rua, quando percebi a chuva chegar. Seu som se parecia com os sinos de uma catedral. Revolvi olhar para trás; não havia nada, a não ser tudo aquilo que tinha jogado fora.
        Pensei. Continuei andando em direção a uma simples casa pequena. Ao chegar, olhei bem. Reparei que suas janelas pareciam olhos a piscar, e sua porta, uma boca a devorar-me. O número era 0, a casa da desilusão.
        Continuei andando. Quando dei por mim, a chuva já se recolhia e o sol estava lutando para ter o seu lugar no dia. Sentei num banco enfrente a um jardim, onde havia inúmeras flores. Seu cheiro expandiu-se por todo o quarteirão. Senti vontade de entrar, mas fiquei receoso e preferi, apenas, contemplar, com tristeza, tamanha beleza. Olhei até meus olhos se cansarem. O sono veio. O céu escuro e frio congelou minha alma e condenou-me a nada, simplesmente nada.
        E assim, aceitei. Dormi, acordei. Meu dia começara de novo, como todos os outros, mas em lugares diferentes.

Texto: Wall Teodoro